O que pode e o que não pode no parto - parte 1



Recentemente a OMS - Organização Mundial da Saúde divulgou um manual com uma série de condutas revisadas, com base nas últimas evidências científicas.

Nesse trabalho, foram revistas as práticas obstétricas mais usuais, quais os seus reais benefícios para as mulheres, sua necessidade e efetividade, bem como foram considerados quais os prejuízos essas práticas poderiam trazer.

Uma prática revista foi a questão da movimentação da mulher durante o parto normal. Não se deve manter a mulher deitada na cama durante o parto, essa posição dificulta a descida do bebê, além de ser muito mais dolorosa para a mulher.

Já faz muito tempo que as mulheres reclamam de serem mantidas deitadas durante o parto, em alguns hospitais as mulheres são mantidas deitadas e tem suas pernas amarradas em estribos para garantir que não irão se levantar.

Amarrar uma mulher durante o parto é muito errado!

Outro ponto importante foi a restrição dos exames de toque durante a fase latente, ou seja, a fase inicial do trabalho de parto. Nada de ficar mexendo dentro da mulher pra saber se a dilatação evoluiu meio centímetro, ou de ficar falando pra ela "olha, você não está dilatando".

Cada mulher é única e cada parto é um momento único também. Não dá pra ficar comparando as mulheres e a evolução de cada uma. É preciso entender que existe todo um contexto fisiológico e também psicológico que envolve o trabalho de parto, e que os tempo fisiológico pode não acompanhar o tempo psicológico que a mulher precisa para atravessar o seu trabalho de parto.

Confira na imagem as condutas revisadas. Hoje, o conhecimento científico disponível permite que a gente confirme certas práticas e não invista em outras, levando em conta os reais benefícios que essas práticas garante para uma experiência positiva de maternidade.

Agora, é muito importante que os médicos estejam atualizados com essas recomendações.

Compartilhe as novas recomendações com o seu médico, mostre para ele que existe essa evolução nas boas práticas obstétricas e conversem a respeito das condutas que ele pensa em adotar no seu parto.

Recentemente, a FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia fez um resumo dos itens mais importantes das recomendações da OMS, facilitando a divulgação das condutas revisadas para que todos os médicos brasileiros tenham acesso a esse material e possam se atualizar.


O documento da FEBRASGO está aqui neste link, leve para o seu médico ler:

https://www.febrasgo.org.br/noticias/item/556-cuidados-no-trabalho-de-parto-e-parto-recomendacoes-da-oms


O documento completo produzido pela OMS (em inglês) está aqui neste link:

http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/260178/9789241550215-eng.pdf;jsessionid=181ABAD3948033C27863F00005B8CD95?sequence=1


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colírio que arde o olho do recém nascido

Direitos da Mulher no Parto

Tâmaras na gestação