Placenta - o que fazer com ela?

roda de saberes femininos


A placenta é um órgão humano que ninguém nasce com ele. A placenta se forma durante o processo gestacional quando as mulheres engravidam, então é uma órgão exclusivamente feminino.

É através da placenta que vai se desenvolver o novo bebê, é esse órgão o encarregado por levar sangue e nutrientes para o novo corpinho em formação, oxigenar as células, expandir sua capacidade conforme a necessidade de material para formar o bebê aumenta, e fazer todo o trabalho de compor um novo ser humano.

No dia do parto, depois que o bebê nasce a placenta precisa também ser expulsa do corpo da mãe por ter concluído sua função orgânica. Aos pouquinhos todo o sangue do bebê que está nela vai sendo automaticamente conduzido pelo cordão umbilical (não cortem o cordão precocemente!) até o corpo do bebê, "esvaziando" o material orgânico do bebê e assim a placenta termina sua missão e pode ser descartada.

É incrível pensar que a placenta tenha essa programação toda tão definida com início, meio e final de suas funções e de forma automatizada. Certamente um órgão muito poderoso!

Mas para além da função orgânica, a placenta é também é um órgão muito bonito, parece uma árvore: a árvore da vida. Uma forma de registrar todo o poder de vida dessa parte do corpo feminino é fazer uma impressão da placenta logo após o nascimento, registrando essa imagem única e especial que vai simbolizar a profunda conexão  da mãe com seu bebê durante o tempo em que ele esteve em seu ventre.

Também é possível enterrar a placenta junto com alguma planta ou árvore que tenha esse simbolismo para a família, até porque a placenta é muito rica em nutrientes e é comum essas plantas crescerem muito mais do que o normal pois recebem esse aporte orgânico super poderoso.

E no aspecto sutil também existem tradições que afirmam que tanto o bebê quanto a mulher precisam de um ritual para se desprender adequadamente desse repositório de força e energia. Há culturas que acreditam que se a mulher não se despedir da sua placenta, ela fica "perdida" emocionalmente e "sem força" durante o puerpério, sendo importante para a mulher passar por este momento de desligamento consciente desse importante órgão do seu corpo.

E aí que a prática dos hospitais de hoje em dia é na direção totalmente oposta a esses saberes. As placentas são descartadas logo após o parto como "Material Contaminante", vão para o lixo mesmo e seguem para incineração.

Para resgatar essas tradições, muitas mulheres fazem um requerimento formal para levarem embora sua placenta quando recebem alta pois ainda existem entraves práticos para profissionais de saúde acondicionarem as placentas adequadamente e entregarem esse material para ser levado pela mulher.

Se este for o seu caso, disponibilizo aqui um requerimento que vem sendo usado com sucesso para liberação da placenta nos hospitais, é importante saber que a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem norma própria para esse acondicionamento e que a legislação NÃO PROÍBE que a mulher leve sua placenta embora junto com ela.

Toda mulher pode fazer a despedida que quiser e achar melhor, a placenta é dela!

Abaixo indico pra vocês os links na internet sobre este tema. Conheçam e ajudem a divulgar para que cada vez mais mulheres possam vivenciar esse término e fechamento de ciclos da melhor maneira, conforme a escolha e as crenças particulares de cada uma.


Aqui o link para acessar o requerimento, que você pode baixar e preencher com os seus dados para sair do hospital com a sua placenta em mãos:

https://drive.google.com/file/d/1lHM6K4LPU2Mfe_A1xhy67VO1k458VFnr/view?usp=sharing


E aqui a regulamentação da ANVISA - Resolução 306/2004:

http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/res0306_07_12_2004.pdf/95eac678-d441-4033-a5ab-f0276d56aaa6


E também o Parecer Técnico da ANVISA sobre a liberação da placenta pelo hospital:

https://drive.google.com/file/d/1QzT43Dbiic13WsyMyRdIyCszKpjQEoij/view?usp=sharing




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